O autor do ataque a creche em Blumenau, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, tentou incriminar um policial militar como mandante pela morte de quatro crianças, segundo o delegado Ronnie Esteves. A hipótese foi descartada pela investigação.
"O autor [do ataque] fez academia onde o policial militar treina e esse policial nunca teve contato com ele. Ele tinha uma admiração e o interpretava como rival ao mesmo tempo", diz.
Em coletiva de imprensa, nesta segunda-feira (17), a Polícia Civil voltou a descartar que houve incentivo ou participação de outras pessoas, disse que o criminoso tinha preferências satânicas nas redes sociais (leia mais abaixo) e deu detalhes da investigação.
O criminoso segue preso e foi indiciado por quatro homicídios e cinco tentativas de homicídio quadruplamente qualificados por motivo torpe, meio cruel, impossibilidade de defesa e contra vítimas menores de 14 anos.
De acordo com Esteves, o assassino era usuário de drogas e "já estava vendo coisas". O delegado disse, também, que o autor chegou a falar sobre a machadinha, o padrasto, uma suposta perseguição e que faria algo grande a um amigo duas semanas antes do ataque.
"Ele começa a vender droga, procura afastar pessoas que poderiam impedir que levasse à frente essa vontade de consumo e venda. Então a gente acredita que ele possa ter pensado no policial [que tentou incriminar], que poderia ter feito algo contra ele", diz.
Polícia descarta "desafio"
O delegado-geral da Polícia Civil informou que, com base na perícia feita no celular do criminoso, foi possível descartar qualquer ação coordenada, como um desafio, e com a participação de outros envolvidos.
"Pela análise, fizemos uma extração profunda, inclusive dados apagados, não havia nenhuma coordenação, não foi planejado por mais de uma pessoa. Foi um ato isolado, ou seja, que uma única pessoa praticou", afirmou.
Ainda, segundo o delegado, no celular foi possível encontrar o interesse dele por informações satânicas. "Participava de grupos no Facebook, de pesquisa satânica, que chamou atenção, mas ele não há indicativos de que passava de alguma seita", relatou.
Creche reabre
Desde o ataque, que ocorreu na manhã de 5 de abril, pais, professores e moradores da cidade participaram de um mutirão de reforma da área externa e interna da creche. Entre as alterações, o muro foi levantado e a fachada da unidade foi modificada.
Autor de ataque a creche em Blumenau tentou incriminar PM como mandante, diz delegado
Crime aconteceu em 5 de abril, quando quatro crianças morreram e cinco foram feridas. Ele segue preso.
Por Clarìssa Batìstela e Joana Caldas, g1 SC
17/04/2023 14h11 Atualizado há 15 horas
Carro da polícia em creche onde houve ataque em Blumenau — Foto: Tiago Ghizoni/NSC
Carro da polícia em creche onde houve ataque em Blumenau — Foto: Tiago Ghizoni/NSC
O autor do ataque a creche em Blumenau, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, tentou incriminar um policial militar como mandante pela morte de quatro crianças, segundo o delegado Ronnie Esteves. A hipótese foi descartada pela investigação.
"O autor [do ataque] fez academia onde o policial militar treina e esse policial nunca teve contato com ele. Ele tinha uma admiração e o interpretava como rival ao mesmo tempo", diz.
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Em coletiva de imprensa, nesta segunda-feira (17), a Polícia Civil voltou a descartar que houve incentivo ou participação de outras pessoas, disse que o criminoso tinha preferências satânicas nas redes sociais (leia mais abaixo) e deu detalhes da investigação.
O criminoso segue preso e foi indiciado por quatro homicídios e cinco tentativas de homicídio quadruplamente qualificados por motivo torpe, meio cruel, impossibilidade de defesa e contra vítimas menores de 14 anos.
De acordo com Esteves, o assassino era usuário de drogas e "já estava vendo coisas". O delegado disse, também, que o autor chegou a falar sobre a machadinha, o padrasto, uma suposta perseguição e que faria algo grande a um amigo duas semanas antes do ataque.
"Ele começa a vender droga, procura afastar pessoas que poderiam impedir que levasse à frente essa vontade de consumo e venda. Então a gente acredita que ele possa ter pensado no policial [que tentou incriminar], que poderia ter feito algo contra ele", diz.
Polícia descarta "desafio"
O delegado-geral da Polícia Civil informou que, com base na perícia feita no celular do criminoso, foi possível descartar qualquer ação coordenada, como um desafio, e com a participação de outros envolvidos.
"Pela análise, fizemos uma extração profunda, inclusive dados apagados, não havia nenhuma coordenação, não foi planejado por mais de uma pessoa. Foi um ato isolado, ou seja, que uma única pessoa praticou", afirmou.
Ainda, segundo o delegado, no celular foi possível encontrar o interesse dele por informações satânicas. "Participava de grupos no Facebook, de pesquisa satânica, que chamou atenção, mas ele não há indicativos de que passava de alguma seita", relatou.
Creche reabre
Desde o ataque, que ocorreu na manhã de 5 de abril, pais, professores e moradores da cidade participaram de um mutirão de reforma da área externa e interna da creche. Entre as alterações, o muro foi levantado e a fachada da unidade foi modificada.
Escola é reaberta após ataque com mortes em Blumenau — Foto: Morgana Fernandes/NSC TV
Escola é reaberta após ataque com mortes em Blumenau — Foto: Morgana Fernandes/NSC TV
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Ataque
O ataque ocorreu na unidade de ensino que fica na rua dos Caçadores, no bairro Velha, por volta das 9h30. O assassino pulou o muro da creche e iniciou o ataque com uma machadinha.
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Em 6 de abril o assassino teve a prisão preventiva decretada pela Justiça. A decisão que o mantém na cadeia por tempo indeterminado ocorreu em audiência de custódia.
Quem são as vítimas
Bernardo Cunha Machado: 5 anos
Bernardo Pabst da Cunha: 4 anos
Larissa Maia Toldo: 7 anos
Enzo Marchesin Barbosa: 4 anos