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Família de Antonieta de Barros critica indicação de Campagnolo e De Toni para medalha

Publicada em 03/03/2023 às 07:33h - 91 visualizações

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A família de Antonieta de Barros, primeira deputada estadual de Santa Catarina, enviou email na manhã desta quarta-feira (1º) aos vereadores de Florianópolis repudiando dois nomes indicados para receber a medalha que leva o nome da matriarca: Ana Campagnolo (PL) e Caroline de Toni (PL), deputadas estadual e federal, respectivamente.

 

Flávio Soares de Barros, sobrinho-neto de Antonieta, que assina o documento, pede que as honrarias, propostas pela vereadora Maryanne Mattos (PL), não sejam levadas adiante, pois Campagnolo e De Toni “não compartilham dos valores de Antonieta como a luta pela igualdade, educação de qualidade para todos e a cultura da paz”.

 

“Não sou contra a liberdade de pensamento, mas a questão é a associação das pessoas com o pensamento da Antonieta. Ela é uma das pioneiras do feminismo, mantinha correspondência até com Bertha Lutz [feminista brasileira]. A própria Campagnolo se define como antifeminista e a Carol de Toni defende armamento da população“, pontua Barros.

 

Concedido desde 2006 pela Câmara de Vereadores da Capital, a medalha Antonieta de Barros é destinada às “mulheres que tenham se destacado nas áreas da educação, cultura, política, desportiva, empresarial, jornalística, de prestação de serviços ou ação social e liderança comunitária no município de Florianópolis”, destaca o projeto de lei que criou a honraria.

 

É a única premissa estabelecida pela lei que criou o projeto – não há critério para definir o que é “destaque”.

 

“É vago. Mas quando é dado o nome de alguém, é obvio que queres associa-lo às homenageadas”, opina Barros, que é administrador e doutor em Relações Internacionais. “É como se o nome ‘Antonieta’ fosse meramente um selo. A Antonieta tem um legado que agora está sendo resgatado.”

 

Câmara vai analisar as indicações

As duas indicações ainda devem ser analisadas pela Comissão de Mérito antes de ir ao plenário – caso sejam rejeitadas, o projeto é arquivado. A vereadora também indicou a vice-governadora e ex-delegada Marilisa Boehm (PL) para receber a medalha – sugestão já aprovada pela Comissão e pronta para ser votada.

 

Conforme a Câmara de Vereadores, cada vereador pode indicar até quatro nomes para receber a medalha durante todo o mandato. As indicações devem ser feitas por meio de um Projeto de Indicação, o qual deve conter o porquê da escolha. A Comissão de Mérito avalia o projeto e, em caso de parecer favorável, a concessão da homenagem é votada no plenário.

 

A medalha é dada às homenageadas anualmente desde 2006, geralmente no Dia Internacional da Mulher (8 de março). A sessão solene é realizada na Câmara de Vereadores de Florianópolis.

 

Medalha valoriza ‘pluralidade de ideias’, argumenta vereadora

“A honraria foi concedida a mulheres das mais variadas ideologias, da direita à extrema-esquerda, valorizando a pluralidade de ideias, crenças e opiniões que formam a nossa cidade”, argumenta a vereadora Maryanne.

 

A autora da indicação sustenta que Campagnolo foi a deputada mais votada da história do Estado e, em 2018, foi a mulher mais jovem a ser eleita. Além disso, pontua que a deputada atuou como professora em escolas públicas por quase 10 anos.

 

“Os números por si só, já credenciam Ana como uma valorosa liderança política e representativa catarinense, pré-requisitos para a concessão da Medalha Antonieta de Barros”, justifica a vereadora.

 

A reportagem fez contato com a deputada estadual Ana Campagnolo, mas não obteve retorno até o fechamento. A equipe da deputada federal Caroline de Toni informou que não recebeu nenhuma manifestação a respeito da homenagem.

 

Outros nomes indicados para a medalha em 2023

Veja abaixo os outros nomes indicados para receber neste ano a medalha Antonieta de Barros pelos vereadores de Florianópolis:

 

A vereadora Pri Fernandes propôs que o prêmio seja entregue à

 

Alexandra Vieira Alencar (professora);

Adelir Crimpim (voluntária);

Amanda Santos (apresentadora e jornalista);

Beatriz Wolff Hanger Silveira (primeira-dama, advogada e engenheira);

Carmen Petersen dos Reis Nery;

Ester Fernanda Coelho (delegada);

Eulina Alves de Gouvêa Marcellino (1900- 1972) in memorian;

Jeruse Maria Romão (professora e biógrafa);

Juliana Mota Oliveira Debastian (empresária);

Joana dos Santos Felício (atriz);

Silvia Lenzi (arquiteta e urbanista);

Mariana Torquato (criadora de conteúdo, influenciadora digital com deficiência);

Monique Cavalcanti – Gugie (artista);

Terezinha Guedin Fiamonicini (professora);

Vera Sabino (artista).

Fonte(s): ND+




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