O Ministério da Saúde registra queda em praticamente todas as vacinas do calendário obrigatório do Programa Nacional de Imunização (PNI) há pelo menos seis anos. Na comparação com os anos anteriores, 2022 é ainda pior.
No Brasil, a vacina BCG, que protege contra a tuberculose, foi aplicada em mais de 95% do público alvo em 2016. No ano passado, em apenas 69%.
Em Santa Catarina, a baixa cobertura vacinal colocou em alerta as autoridades de saúde. Nem 70% do público alvo foi alcançado no estado com vacinas como BCG, rotavírus e até a da poliomielite, que previne a paralisia infantil.
Membro da Sociedade de Pediatria de São Paulo e da Sociedade Brasileira de Infectologia, o pediatra e infectologista Marcelo Otsuka diz que a vacinação deveria ser cobrada pelas escolas.
"Países que têm cobertura vacinal melhor, mesmo com muito mais fake news, fazem a vacinação escolar e cobram a vacinação das crianças. No Brasil, nós deveríamos cobrar a vacinação das escolas", diz.
Já o superintendente de Vigilância em Saúde do Estado, Eduardo Macário, salienta o risco de doenças já extintas voltarem a circular na população.
"Nós temos riscos de aparecimento de doenças graves, que até pouco tempo foram eliminadas de circulação no Brasil e nas Américas, como por exemplo a poliomielite", alerta.
Em Santa Catarina, a cobertura de vacina contra sarampo também diminuiu, segundo Macário. "Nós voltamos a ter risco de novos surtos de sarampo", diz.
Contra a Covid, apenas 49% das crianças catarinenses de 5 a 11 anos receberam a primeira dose. Com três e quatro anos, a vacinação começou há 10 dias. A meta é imunizar 200 mil crianças. Somente 1.187 foram vacinadas até esta segunda-feira (1º).
Na campanha contra a gripe, só metade do público até cinco anos recebeu o imunizante em Santa Catarina. O número está abaixo da média nacional, que está em 59%.
Fonte(s): G1 Santa Catarina