Apesar de alguns recuos causados pela inflação alta, a economia catarinense manteve ritmo elevado de expansão no terceiro trimestre do ano e encerrou o período de 12 meses até setembro com crescimento estimado de 9,8% do Produto Interno Bruto (PIB). A expansão foi 0,7 ponto percentual acima da estimativa anualizada do trimestre anterior, quando o PIB de SC cresceu 9,1%. As projeções são realizadas pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE).
A alta catarinense até setembro foi mais do que o dobro da registrada pelo Brasil no mesmo período, de 3,9%, conforme os dados do PIB nacional divulgados pelo IBGE semana passada. Superou também a variação do PIB de São Paulo, a maior economia do país, que avançou 7% na mesma comparação.
— Esse número alto se deve muito à base baixa do ano anterior, mas também ao desempenho da economia. A gente está vendo Santa Catarina despontando na frente. Em vários setores o Estado lidera crescimento ou está em segundo ou terceiro lugar. A alta de 9,8% surpreendeu porque achei que a economia já entraria numa acomodação. Esses números indicam que SC vai acabar o ano de 2021 com um PIB robusto. Imagino que vai ficar alguma coisa entre 8% e 9%. Mas ainda precisamos ver o que vai acontecer no último trimestre do ano — observa Paulo Zoldan, economista da SDE, que coordena a área de indicadores do governo de SC.
O que mais puxou a alta da economia catarinense nos 12 meses foi a indústria de transformação, que cresceu 16,9% no período. Ela registrou crescimento em quase todos os setores. A queda foi apenas na produção de alimentos, com recuo de -10,3%. As maiores expansões foram em metalurgia básica (54,1%), máquinas e equipamentos (39%), veículos (35,6%), vestuário e acessórios (23,8%) e têxtil (22%). A construção civil cresceu 8,6% no período.
Afetada pela seca, a agricultura teve retração de 4% no mesmo período anualizado no Estado. A pecuária avançou 2,5%. Assim, na média, a agropecuária caiu 1%, informou Paulo Zoldan.
Com maior peso no PIB, o setor de serviços cresceu 8,5% em 12 meses. Nesse grupo, o comércio, que tem maior representação, teve alta de 10,6% no período apesar de ter registrado retração em setembro. Com o avanço da vacinação, o destaque, com crescimento de 22,5% em 12 meses foi o grupo dos serviços profissionais, administrativos e técnicos, que inclui hotéis e restaurantes.
O desempenho superior da economia catarinense frente à média nacional, além de ficar evidente nesses números pesquisados pelo IBGE, também mostra sintonia com a geração de empregos.
No levantamento do Caged, SC aparece como o terceiro Estado que mais abriu vagas este ano. E a pesquisa Pnad Trimestral confirmou novamente a menor taxa de desemprego do Brasil, de 5,3% em setembro, após registrar 5,8% no trimestre finalizado em junho.
Fonte(s): nsc