A greve nacional dos caminhoneiros está prevista para ser deflagrada na próxima segunda-feira (1º). O movimento divide a categoria em Santa Catarina. Cerca de 48% dos caminhoneiros apoiam as paralisações, de acordo com pesquisa da Fretebras que ouviu mais de dois mil profissionais em todo o Brasil.
Dentre as bandeiras dos caminhoneiros estão o cumprimento do valor mínimo do frete rodoviário, a aposentadoria especial para a categoria (aos 25 anos de trabalho) e a mudança na política de preços para combustíveis para reduzir a flutuação do diesel. A Petrobras anunciou novo reajuste nesta segunda-feira (25).
A Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomos é a interlocutora da categoria no Congresso Nacional. Eles se reuniriam com o governo federal nesta quinta-feira (28) para discutir as reivindicações dos trabalhadores, mas o encontro foi desmarcado no domingo pela Secretaria Especial de Articulação Social. A situação sugere um abalo no diálogo com o governo federal.
48% de apoio em SC
A Pesquisa da Fretebras divulgada nesta segunda (25) mostra que 59% da categoria apoia a paralisação. Entre os que pretendem de fato aderir, 54% dos respondentes são a favor. As respostas foram colhidas no dia 21 de outubro por meio de questionário online.
Santa Catarina é o quarto Estado onde o movimento encontra mais resistência. Cerca de 52% dos respondentes afirmaram não apoiar a greve. Mato Grosso do Sul lidera o ranking, com 65% de resistência. Depois vêm Goiás (54% de resistência) e Mato Grosso (53%).
Os caminhoneiros do Nordeste manifestaram maior intenção de aderir à greve: eles são do Ceará (65% dos caminhoneiros foram favoráveis), Pernambuco (61% de apoiadores) e Bahia (60% dos caminhoneiros).
O que dizem as associações catarinenses
A Fecam/SC (Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Santa Catarina) discutirá a paralisação em assembleia a ser realizada junto à CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos). O apoio ao movimento é tímido e a maioria dos sindicatos organizados não são favoráveis, avalia Francisco Biazotto, presidente da entidade nacional.
“Nós não queremos que a vida do caminhoneiro piore, isso é fato. Hoje os caminhoneiros estão pagando para trabalhar. Mas em 2018 a paralisação durou por mais de dez dias e o sistema piorou”, afirma o líder. Até então, apenas um sindicato local de Santa Catarina manifestou apoio, em Navegantes.
Caso estoure paralisação é provável que os demais caminhoneiros também parem, avalia Biazotto. A Fetrancesc, sindicato patronal, informou que não pretende paralisar. “Garantida a segurança aos funcionários, garantimos o abastecimento”, informou a Federação.
A nível nacional o movimento tem o apoio da Abrava, CNTRC (Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas) e da CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística).
Fonte(s): OESTEMANIA