Os bons preços pagos ao produtor rural são os destaques do Boletim Agropecuário de outubro. Por outro lado, os analistas alertam para os riscos que o atual cenário de falta de chuvas impõe às safras.
Os preços pagos ao produtor de feijão continuam em alta. Em Santa Catarina, os produtores de feijão-carioca receberam em média 6,86% a mais em setembro em comparação ao mês anterior. Para o feijão-preto, variação positiva de 18,74% no mesmo período. Em relação à variação anual (preço nominal), no mercado catarinense os preços do feijão-carioca estão 65% acima. Para o feijão-preto, o incremento anual se aproxima de 80%. A preocupação agora é com a produção à campo. O Boletim aponta que, provavelmente, a safra nacional será menor em função dos baixos volumes de chuvas registrados. Com isso, a expectativa é de menor oferta de produto, fazendo com que os preços se mantenham nos patamares atuais.
Os preços do milho seguem em movimento de forte elevação. Em setembro, o preço médio mensal pago ao produtor em Santa Catarina foi de R$53,73 a saca de 60kg, 6,8% superior ao de agosto e 34,3% superior ao de setembro de 2019. Em 14 de outubro registrou-se valor de R$61,00 a saca, o que estabelece indicativo de alta no mês. As exportações e a alta demanda interna explicam os preços elevados. Se persistir o quadro de poucas chuvas no Oeste do Estado, há risco para o potencial produtivo das lavouras.
Na soja, os preços pagos ao produtor bateram recordes nominais da série avaliada pela Epagri/Cepa, com aumento de 9,2% entre agosto e setembro. Nos últimos doze meses, a alta foi de 40,79%. Os preços estão sendo impulsionados pela valorização externa e firmes demandas internas. As chuvas irregulares em setembro e início de outubro estão provocando atraso no plantio em algumas regiões do Estado. Em outubro, se inicia o calendário mais recomendado para o plantio na maioria das regiões catarinenses. A persistência dos níveis insuficiente de chuvas poderá afetar a germinação e início do desenvolvimento das plantas, fase importante para a cultura.
O trigo é outro grão cujos preços permanecem em alta em Santa Catarina. Com a colheita iniciada no Estado, a saca de 60kg do cereal apresentou valorização de 5,12%, com média mensal de setembro em R$60,20 contra R$57,27 do mês anterior. O baixo volume de chuvas observado em setembro em muitas regiões produtoras catarinenses pode afetar a qualidade do produto colhido.
Os preços do arroz em casca continuam em alta. Mercado externo também segue aquecido, com aumento significativo das exportações estaduais. A estimativa inicial da safra 2020/21 aponta para manutenção da área plantada e redução de produtividade e produção.
Fonte: RCO.