Baseado nas resoluções dos Conseleites, dos estados do Sul, o preço do litro de leite pago ao consumidor deve ter novo reajuste em outubro. Tendência de alta já foi maior em meses anteriores, principalmente em agosto e setembro. Os indicadores de mercado apontam para estabilização do preço em valor elevado.
Conforme o membro da Aliança Láctea Sul Brasileira, Airton Spies, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul terão reajuste para o próximo pagamento das cooperativas de laticínios. A estabilização do preço é baseado no aumento de produção e da importação de leite. Maior oferta provoca um cenário favorável para as indústrias e acaba freando o aumento de preço. Spies relata que o valor máximo do litro comercializado em outubro deve ser R$ 2,25 e o mínimo R$ 1,70. Salienta que cada produtor tem sua relação com a indústria e a negociação de valores.
Spies alerta que a rentabilidade média neste ano está 6% inferior ao ano passado. Lembra que o preço elevado é recente e o custo de produção aumentou de maneira considerável comprometendo o lucro do produtor. Spies chama atenção para as dificuldades geradas pelo aumento de custo do milho e farelo de soja comprometendo a rentabilidade dos produtores. Informa ainda que a importação aumentou 39% em agosto em relação a julho. Indústrias brasileiras conseguem comprar com facilidade da Argentina e Uruguai que possuem alta produção e com preço menor. Outra preocupação é com a possível queda no consumo. Como exemplo, Spies cita o auxílio emergencial de R$ 600,00 para 69 milhões de brasileiros, este valor foi reduzido e com isso diminui também a capacidade de compra do consumidor.
A Aliança Láctea Sul Brasileira foca no mercado internacional. Atualmente o Brasil importa 3% do leite consumido e exporta um 1% da produção. Airton Spies diz que o Brasil possui estoque baixo de produtos lácteos. Ele avalia que a produção está em alta e neste ano em Santa Catarina deve ter aumento de 3% a 4%, atingindo três bilhões 150 milhões de litros. 80% da produção estadual tem origem na região Oeste.
Spies observa que o desafio e meta é maior qualidade do leite para ter competitividade no mercado externo. A qualidade do leite também é decisiva para compensação ao produtor. Leite com maior teor de sólidos e menor contagem bacteriana tem compensação de até 40 centavos por litro.
Segundo Spies, a região Sul do Brasil é responsável por 36% da produção, possui apenas 15% dos consumidores e precisa vender o excedente em forma de manteiga, queijo e leite em pó para ter maior lucratividade.
FONTE: Rede Peperi.