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Moradora de Ponte Serrada guarda câmera fotográfica que pai trabalhava 70 anos atrás

Dona Maria Severgnini também tem fotos feitas na época com a máquina histórica

Publicada em 22/07/20 às 10:16h - 339 visualizações

por Rádio Emy10


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 (Foto: Jhonatan Coppini/Oeste Mais)
“Ele colocava o tripé, a máquina em cima, daí colocava um pano preto – um pedaço de um metro quadrado, mais ou menos – em cima da cabeça e cobria a máquina. Sobrava só aquela partezinha da frente. Aí ele batia, tic”.


Não são apenas físicas as lembranças que dona Maria Severgnini guarda do pai. Segue intacto na memória da moradora de Ponte Serrada como João Severgnini fazia para tirar cada fotografia.

 

Atualmente com 74 anos, a filha caçula guarda uma relíquia em cima de uma prateleira na área de serviço, aos fundos de casa. O que foi instrumento de trabalho do pai virou objeto de estimação para ela, de valor sentimental impagável.


A câmera que ajudava no sustento da família tem seguramente mais de 70 anos. É histórica. Era com ela que João registrava casamentos, festas de aniversário, batizados e festas de comunidades. Ele foi o único fotógrafo em Ponte Serrada por muitos anos.

Segundo a filha, João nasceu em 1904, em Encantado (RS). Mas foi em Ponte Serrada que constituiu família. Casou-se com dona Ermínia, falecida em 1982. Ele partiu bem antes, em 1964, quando Maria tinha apenas 18 anos.

 

A caçula lembra bem do tempo em que morava com os pais e outros três irmãos. As fotos tiradas por João eram reveladas por ele mesmo na própria casa, em um pequeno cômodo no porão. No ambiente escuro, como deve ser, protegido da luz em razão da sensibilidade do filme fotográfico, surgia no papel o que a máquina registrava.

Ao guardar várias fotos da época, a filha não tem apenas lembranças da família no papel em preto e branco, cultiva memórias que permanecem bem coloridas. “A gente era feliz, todo mundo bem, nunca faltou nada para comer, se vestir. Era pobre, mas vivia bem”.

 

De valor inatingível, a câmera histórica é para ela um símbolo de agradáveis recordações. “Não tem preço, é uma lembrança do pai, que se foi há tantos anos”, diz, sem saber onde e quando a máquina foi comprada. “Boas lembranças. Graças a Deus, a gente só tem boas lembranças”.



Fonte: Oeste mais.




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