Nesta terça-feira (25), a Delegacia de Meio Ambiente de Minas Gerais confirmou que houve detonação de explosivos na Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), antes do rompimento da barragem B1 em janeiro. Mesmo com a confirmação, não há evidências deu que a explosão tenha levado a estrutura da Vale a desabar. Em um primeiro momento, a mineradora negou que tenha acontecido qualquer detonação.
A confirmação, feita pelo delegado Luiz Otávio Paulon à afiliada mineira da TV Globo, coincide com a data em que a tragédia completa cinco meses.
De acordo a Polícia Civil, os explosivos teriam sido detonados dentro da cava da mina, localizada a 1,5km de distância da barreira de contenção de rejeitos de mineração. O objetivo dos investigadores, a partir de agora, é verificar se eles influenciaram no rompimento da barragem. Há ainda uma divergência a ser resolvida: dois funcionários afirmam que a explosão aconteceu, mas divergem em 1h quanto ao horário em que ela foi feita — um deles diz que foi antes do rompimento, e o outro fala que ocorreu depois.
“Existe realmente essa divergência em relação ao horário. Efetivamente, houve sim a detonação de explosivos dentro da cava de Córrego do Feijão. A perícia já tem a documentação e até mesmo filmagem sobre todo o complexo do Córrego do Feijão” afirmou Paulon, em entrevista à TV Globo.
Em nota enviada à TV Globo, a Vale afirmou que não houve detonação de explosivos antes do rompimento da barragem.
Tragédia de Brumadinho
No dia 25 de janeiro de 2019 a Barragem da Mina do Córrego do Feijão, da Vale, localizada em Brumadinho (MG) se rompeu. A lama atingiu a sede administrativa da empresa, onde deixou mortos, desaparecidos e um grande impacto ambiental na região.
Cinco meses após o rompimento da barragem da Vale, completados nesta terça-feira, 246 mortes foram confirmadas, mas 24 pessoas ainda são consideradas desaparecidas e continuam sendo procuradas pelos bombeiros de Minas Gerais.
O número de mortos na tragédia não se altera desde 5 de junho, quando foi localizado o corpo do engenheiro Cristiano Jorge Dias, 42 anos, funcionário terceirizado da Vale. Apesar do estado avançado de decomposição, o corpo permanecia inteiro, e pôde ser identificado pela arcada dentária.
FONTE: Clic Rdc