Pela primeira vez em dois anos, as projeções de expansão da economia estão abaixo dos 2%. Dentre as principais motivações estariam o desemprego e a reforma da Previdência. De acordo com economistas, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil vai crescer 1,98% este ano. A expectativa foi divulgada nesta segunda-feira (1°), e é a quinta semana consecutiva que o percentual é revisado para baixo. O desemprego, que cresceu no começo do ano, voltando a atingir mais de 13 milhões de brasileiros, deve inibir o consumo das famílias, que é o principal componente da atividade.
A queda nas projeções para o PIB refletem uma maior desconfiança de empresários e consumidores com relação a uma retomada mais consistente da economia. O economista-chefe do Banco ABC, Luis Otávio Leal, salienta que reforma da Previdência acaba desviando a economia. “O mercado olha para essa perspectiva de a reforma demorar mais para sair ou sair mais fraca e revisa as previsões para baixo e os agentes econômicos diante desse desânimo do mercado perdem a confiança na retomada da economia e retraem investimento”, avalia o economista. Leal acredita que a reforma vai passar, mas que a economia de R$ 1 trilhão, prevista para ser feita com as mudanças, deve ficar menor.