Nesta terça-feira, 2 de abril, comemora-se o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. Mas você sabe o que é essa doença? Tudo bem se a resposta for não, pois o tema ainda é muito incompreendido pela população, mesmo que afete 2 milhões de brasileiros.
Os dados são baseados em pesquisa do Center of Deseases Control and Prevention (CDC), órgão ligado ao governo dos Estados Unidos, que prevê um caso de autismo a cada 110 pessoas. No mundo, a ocorrência do transtorno se daria em aproximadamente 70 milhões de indivíduos.
O tema central da data, em 2019, é: “Tecnologias assistivas, participação ativa”. Todo ano, a Organização das Nações Unidas (ONU) define um novo ponto central de debates, para reforçar as diversas temáticas envolvendo o Autismo. Para a ONU, o acesso a tecnologias assistenciais a preços acessíveis seriam um pré-requisito para muitas pessoas no espectro do autismo conseguirem exercer seus direitos humanos básicos, reduzindo a desigualdade.
Mas, afinal, o que é o Autismo?
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), na realidade, envolve um grupo de doenças do neurodesenvolvimento, de início precoce (antes dos 2-3 anos de idade), e que se caracteriza por dois aspectos principais: dificuldade de interação social e de comunicação.
Como saber se meu filho é autista?
De acordo com o Prof. Dr. Mario Louzã, médico psiquiatra, doutor em Medicina pela Universidade de Würzburg, Alemanha, e Membro Filiado do Instituto de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, o diagnóstico começa pela observação do comportamento da criança.
Uma criança sadia começa a interagir com outras pessoas em torno dos 4-6 meses de idade. “Ela é capaz de sorrir quando vê alguém conhecido ou reagir com medo se um estranho, por exemplo, tenta pegá-la no colo”, explica Louzã. Já o autista, se mostra indiferente à interação social e não expressa a reciprocidade no contato com outras pessoas, tendo grande dificuldade na comunicação e parecendo desligado do ambiente em torno de si.
Outras características são a dificuldade de seguir rotinas e a hipo ou hiperatividade aos estímulos sensoriais.
É possível tratar com remédios?
Segundo o psiquiatra Mario Louzã, o autismo, propriamente dito, não é tratado com medicamentos. Estes são utilizados quando há outros sintomas associados ao autismo, como ansiedade, TDAH, depressão, distúrbios do sono, entre outros.
Como ajudar a criança a se integrar na sociedade?
De acordo com o psiquiatra, a melhor dica é motivá-lo a levar uma vida normal, na medida do possível. Incentive-o nas atividades, estimule-o a fazer tarefas em casa e, quando ele perceber suas próprias limitações, explique que as pessoas são diferentes, e que tem gente que consegue fazer certas coisas, e outras, não.
Conforme o especialista, o apoio da família é sempre o melhor tratamento para qualquer tipo de transtorno.