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Caso Bernardo: saiba detalhes do primeiro dia de julgamento

Publicada em 11/03/19 às 17:26h - 363 visualizações

por Rádio Emy10


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 (Foto: Arquivo Pessoal)

Teve início, na manhã desta segunda-feira (11), o julgamento dos acusados da morte de Bernardo Uglione Boldrini. Às 9h30min de hoje, sete pessoas da comunidade, do total de 25, foram sorteadas para integrar o júri. Cinco homens e duas mulheres fazem parte do Conselho de Sentença, grupo que fica incomunicável até o fim do julgamento. O Tribunal de Justiça estima que o júri tenha duração de cinco dias e que 28 testemunhas deponham durante o período.

No banco dos réus, estão presentes a madrasta de Bernardo, Graciele Ugulini, o pai, Leandro Boldrini, a amiga de Graciele, Edelvânia Wirganovicz e o irmão dela, Evandro Wirganovicz. Eles respondem por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

Após interrupção da sessão para o almoço, os trabalhos foram retormados às 12h30min. Trinta minutos depois da reabertura, começou a ser realizada, por meio de senhas, a entrada do público em geral – que tem interesse em acompanhar o julgamento. Próximo das 13h, a primeira testemunha a prestar depoimento foi a delegada responsável pelo caso, Caroline Bamberg.

Ao relatar cronologicamente as investigações, a delegada afirmou que as hipóteses iniciais eram de sequestro, desaparecimento por conta própria e suicídio. Entretanto, Caroline pontuou que desencontros de informações causaram estranheza, o que acabou colaborando para que as duas primeiras especulações fossem descartadas. “Percebia-se claramente que havia envolvimento do Leandro, Graciele e Edelvânia”, relatou.

As imagens de posto que mostram a saída de Graciele e Bernardo do carro da madrasta para a entrada no carro de Edelvânia, dia em que viajaram com o garoto até Frederico Westphalen, também foram mencionadas no depoimento. Caroline lembra que Edelvânia decidiu colaborar com as investigações, confessando o crime, e que foi ela quem indicou onde estava o corpo de Bernardo.

Por volta das 14h, o promotor responsável pela acusação, Bruno Bonamente, começou a fazer seus questionamentos à testemunha, principalmente sobre a relação entre o casal (Graciele e Leandro) e o menino. De acordo com a delegada, a intenção sempre foi a de demonstrar que tudo era perfeito, embora as testemunhas dissessem que Bernardo era abandonado e seguidamente passava fome. “A família pintava uma ótima relação. Percebemos entre amigos (e seus pais), babá e outras pessoas, que não era verdade”. Caroline ainda observou o comportamento estranho de Leandro, que mesmo com o desaparecimento do filho não se mostrou preocupado: “O pai procurou no domingo à noite, não encontrou o garoto. Foi dormir antes da meia-noite e trabalhou normalmente na manhã de segunda-feira, com o menino sumido há dois dias”.

Quanto ao envolvimento de Evandro, a testemunha observa que a madrasta e a amiga tentaram fazer a cova onde Bernardo foi enterrado, mas não conseguiram. Foi nesse momento em que decidiram pedir ajuda a ele. “Evandro negou que estivesse no local da cova dois dias antes do crime, mas depois que ficou sabendo que seu carro havia sido encontrado, disse que estava pescando”, ressaltou.

Após o encerramento das perguntas do promotor Ederson Luciano Maia Vieira, os advogados de Leandro Boldrini assumiram a palavra. Depois de uma hora de questionamentos e quase três horas de depoimento da delegada Caroline Bamberg, o julgamento foi suspenso para pausa de 15 minutos. No retorno, o advogado de Graciele Ugulini, Vanderlei Pompeo de Mattos, fez perguntas à testemunha.

Na oportunidade, o advogado da madrasta desejou que Caroline discorresse a respeito da relação entre os irmãos. “As testemunhas citaram que no início, a família se dava bem. Depois, que a Graciele ficou grávida, a coisa mudou. Bernardo amava demais a irmãzinha, segundo os depoimentos”, observou. Quanto à crítica da midiatização do caso, a testemunha ressalta que nunca procurou a imprensa e que, na verdade, tentou afastá-la em determinado momento para que as investigações corressem da melhor forma possível.

Em seguida, os advogados de Edelvânia Wirganovicz, Jean Menezes Severo e Gustavo Nagelstein, e de Evandro Wirganovicz, Hélio Francisco Sauer, interrogaram a delegada.


Do Jornal o Sul

*Última atualização: 17h16min do dia 11/3




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