Os
prejuízos com o temporal de granizo que ocorreu no final da tarde de
terça-feira (5) em Campo Erê devem passar de R$ 10 milhões. Os levantamentos de
perdas ainda não foram concluídos, mas o coordenador da Defesa Civil do
município, Nelson Tressoldi, estima o prejuízo milionário a partir da área
atingida, de aproximadamente cinco mil hectares de soja e 150 a 200 hectares de
feijão. Ainda na manhã desta quarta-feira havia gelo acumulado em alguns
pontos.
— No feijão a perda é de 100% e, na soja, a estimativa é de 50%. São entre 20 a 25 famílias que possuem áreas grandes e a maioria não tinha seguro, pois plantavam com recursos próprios. Esses produtores tiveram uma grande perda que vai refletir no movimento econômico do município. Foram atingidas as comunidades de Itatiba, Agroísa e Araçá, o que representa 20% da área do município — disse Tressoldi.
Somente um produtor, Valmor Giacomin, calcula o prejuízo em 1,2 milhão.
A partir do levantamento que está sendo realizado por técnicos do município ou
da Epagri é que a administração municipal vai decidir se decreta situação de
emergência ou não.
De acordo com o coordenador regional da Defesa Civil, Rogério Golin, a chuva forte também causou estragos em Bom Jesus do Oeste, mas os dados ainda estão sendo levantados.
Em Chapecó e Xaxim ocorreram alguns alagamentos na área urbana. No
interior o problema maior foi com as estradas danificadas.
Apesar do prejuízo grande em Campo Erê a perda no cenário estadual é pontual e não afeta a previsão de uma boa safra, segundo o analista do Centro de Socieconomia e Planejamento Agrícola da Epagri, Haroldo Tavares Elias.
— Tivemos um período de 15 dias de falta de chuva em dezembro, que
prejudicou algumas lavoura de milho com perda de até 8% e lavouras precoces de
soja em cerca de 10%. Mas isso foi compensado pelo bom desempenho em outras
regiões. Não será uma safra cheia mas dá para considerar normal.