A Petrobras reduzirá o preço médio da gasolina em suas refinarias ao menor nível em cerca de 14 meses a partir desta quarta-feira (09), em meio a uma redução na cotação do dólar ante o real, um dos parâmetros utilizados pela companhia em sua sistemática de reajustes.
O corte será de 1,38% ante o valor praticado nesta terça-feira, de R$ 1,4537 para R$ 1,4337 por litro. É o patamar mais baixo desde o R$ 1,4259 visto em 24 de outubro de 2017, segundo dados da petroleira compilados pela Reuters.
O preço da gasolina vem caindo desde meados de dezembro diante da depreciação da moeda norte-americana. O outro componente de peso seguido pela estatal em seu mecanismo de reajustes é o mercado internacional de petróleo, que também apresentou quedas recentemente.
Só neste ano, o dólar já caiu 3,65%
Os reajustes quase diários da Petrobras começaram em meados de 2017. No acumulado de todo esse período, a gasolina da estatal apresenta alta de 3,6%. Já no caso do diesel, a cotação média na refinaria segue em R$ 1,8545 por litro desde o começo do ano.
No fim de 2018, a empresa anunciou um mecanismo financeiro de proteção complementar à política de preços do diesel, semelhante a um já utilizado na gasolina, que permite à companhia manter a cotação do produto estável nas refinarias por um período de até sete dias em momentos de elevada volatilidade.
Preços nos postos
Segundo levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo, do Gás Natural e dos Biocombustíveis), o preço médio da gasolina e do diesel nas bombas caiu na primeira semana de 2019.
Na semana encerrada em 5 de janeiro, o valor médio da gasolina caiu 0,32%, ou R$ 0,01, para R$ 4,33. O preço é uma média calculada pela ANP com os dados coletados nos postos, e, portanto, o valor pode variar de acordo com a região.
Na mesma semana, a Petrobras baixou os preços nas refinarias em cerca de R$ 0,05, ou aproximadamente 3,65%. O reajuste faz parte da política de preços da companhia, que busca acompanhar as cotações internacionais. O repasse ou não para o consumidor final depende dos postos.
Quarto dígito
O sobe e desce no preço dos combustíveis nos postos já é rotina para os motoristas de todo o País. O que passa despercebido na maioria da vezes é o quarto – e misterioso – dígito no preço.
O sistema de cálculo do preço do combustível é uma incógnita. Afinal, por que gasolina, etanol, diesel e gás são cobrados com três dígitos após a vírgula, se nossa moeda só tem duas casas? Isso faz com que os combustíveis sejam os únicos produtos a seguir essa regra em todo o território nacional.
A prática é legal, pois a regulamentação para a terceira casa depois da vírgula está presente em uma portaria da ANP criada sob a vigência do Plano Real, em 1994. A portaria ainda prevê que o valor final não pode ser pago da mesma forma.
Nesse caso, então, anula-se a última casa. Por exemplo: se o total na bomba somar R$ 120,187, o consumidor irá pagar R$ 120,18. Se o total fosse registrado com duas unidades após a vírgula, o valor seria arredondado para R$ 120,20.
A ANP afirma que a principal razão para o sistema de cobrança está no ato de compra dos combustíveis pelos postos revendedores. Quando um revendedor faz a compra, as unidades de medida são diferentes, e manter as três casas decimais evita que os postos obtenham lucro em cima disso.
O Sul