O novo presidente da Caixa afirmou nesta segunda-feira (7) que pessoas de classe média vão pagar taxas de juros de mercado, mais altas que as do Minha Casa, Minha Vida, para o financiamento habitacional. Após tomar posse no Palácio do Planalto, Pedro Guimarães explicou que as taxas para os mais pobres não serão reajustados, mas fez a ponderação.
“O juro não vai subir para o Minha Casa, Minha Vida. Se hoje você tem zero de empréstimo para pessoas de classe média, não vai ser os juros de Minha Casa Minha Vida, porque juros de Minha Casa, Minha Vida é para quem é pobre”, disse.
“Para quem é classe média, tem que pagar mais, ou vai buscar no Santander, no Bradesco e no Itaú. Na Caixa, vai pagar juros maior do que o do Minha Casa, Minha Vida, certamente, e vai ser juros de mercado”, ressaltou.
Guimarães afirmou que as fontes de recursos do FGTS e da poupança, que alimentam os financiamentos habitacionais do banco, estão no limite.
Para ampliar a carteira de crédito da instituição, ele anunciou um processo de securitização de parte da carteira de crédito da Caixa, ou seja, a venda no mercado de papéis lastreados a financiamentos que o banco concedeu.
De acordo com Guimarães, o objetivo é que a Caixa venda uma parte relevante do seu crédito nos próximos dez anos, podendo alcançar um total de R$ 100 bilhões.
O presidente do banco explicou que pessoas que recebem hoje até 4% ao ano com aplicações feitas na Caixa poderão ganhar no futuro até 8% investindo em papéis ligados a esses créditos imobiliários.
Setor privado
Os presidentes dos bancos estatais trataram da venda de participações e da maior participação do setor privado no mercado de crédito em seus discursos de posse. Eles foram oficializados no cargo em cerimônia no Palácio do Planalto nesta segunda-feira (7).
No comando do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Joaquim Levy, ex-ministro da Fazenda do governo de Dilma Rousseff (PT), afirmou que um novo ciclo vai começar com mais participação do setor privado. “Não tenho dúvida que nós estamos na antessala de um novo ciclo de investimentos, de uma economia que vai ser mais aberta, com mais espaço para o setor privado e para os mercados de capital”, afirmou.
Levy, assim como Guedes, é formado pela Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, considerada o berço do liberalismo. Segundo ele, o papel do banco é de contribuir para o ambiente de negócios “desenvolvendo novas ferramentas, novas formas de trabalhar e em parceria com o mercado”.
Como missão, o presidente do BNDES disse que pretende “continuar combatendo o patrimonialismo e as distorções que foram verificadas e são uma trava ao crescimento do País, Justiça e equidade”.
O novo presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, disse que o presidente Jair Bolsonaro tem a responsabilidade de reverter o quadro de dificuldades econômicas. Ele enumerou escândalos políticos nos últimos anos, como o mensalão e o petrolão, e afirmou que a sequência de episódios deixou a população brasileira desesperançosa. “Hoje temos uma responsabilidade enorme em reverter esse quadro e fazer com que os brasileiros voltem a se sentir honrados”, disse.
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