A Polícia Civil considera praticamente resolvido o caso da morte da estudante Samanta Melissa Cansi, de 15 anos, que foi arrastada por 1,7 quilômetro por um ônibus escolar, por volta das 12h30 de segunda-feira (17), no interior de Caibi, no Oeste de Santa Catarina. Ela desceu na parada de sua casa, na Linha Aparecida, mas o casaco que vestia ficou preso na porta do veículo.
— Está bem configurada a autoria e materialidade do crime, restando aguardar os laudos periciais e algumas oitivas suplementares. Também vamos esperar para ouvir os pais da vítima, pois não queremos reviver a situação nesse momento, vamos esperar passar o trauma — destacou o delegado responsável pelo caso, João Miotto, que atende a comarca de Palmitos.
O delegado disse que houve responsabilidade do motorista e por isso determinou a prisão por flagrante, por homicídio culposo, ou seja, sem intenção de matar. Márcio Viel, de 48 anos, foi conduzido ao Presídio Regional de Chapecó.— Apesar de nem os outros adolescentes terem escutado nenhum pedido de socorro, por ele ter fechado a porta com o veículo em movimento, a gente acredita que ele foi negligente, porque ele não tomou a cautela necessária de verificar se a vítima tinha descido completamente antes de seguir. Ocasionou na prisão pela porta e o consequente arrastamento — disse Miotto.
O investigador Adilson Kaipper acrescentou que uma manga do casaco ainda foi encontrada no corpo da menina e o restante foi encontrado por um dos dois meninos que ainda estavam no ônibus, mas que também não ouviram nada. A Polícia já ouviu os meninos.O tacógrafo do ônibus foi apreendido, mas a polícia praticamente descartou problema de falha mecânica, embora ainda aguarde os laudos periciais. O motorista era efetivo e foi aprovado em concurso para o cargo há 12 anos. O ônibus é do município.
O corpo de Samanta foi enterrado no cemitério da comunidade, no fim da tarde de terça-feira (18). Os familiares e amigos estavam inconformados com o acidente.O advogado do motorista, Gustavo Walker, disse que seu cliente estava muito abalado e nem conseguiu conversar muito com ele.
— Ele entrou em estado de choque e teve que ser hospitalizado e medicado, não está em condições de falar — destacou.O advogado encaminhou pedido de liberdade provisória no Fórum de Palmitos e aguarda a decisão judicial.
Diário Catarinense