O trágico incêndio que atingiu o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, pode ter destruído parte da história catarinense. Como era formado principalmente por coleções de ciências naturais — incluindo arqueologia, zoologia, botânica, etnologia e antropologia —, o local tinha diversas pesquisas e artefatos relacionados a sambaquis de Santa Catarina.
De acordo com a arqueóloga Luciane Zanenga Scherer, o Museu Nacional tinha elementos de um dos sítios arqueológicos mais expressivos do estado: o sambaqui de Cabeçuda. A pesquisa foi realizada há mais de 50 anos no Litoral Sul de Santa Catarina pelo arqueólogo e antropólogo Castro Faria, que tinha toda a sua obra exposta no museu carioca.
Além desse sambaqui, o Museu Nacional tinha pesquisas sobre outros sítios arqueológicos catarinenses, incluindo materiais como esqueletos e zoolitos. Como ainda há possibilidade de salvar parte do acervo, mesmo que pequena, não é possível garantir que as coleções de Santa Catarina foram totalmente perdidas.
“Na arqueologia deve afetar pesquisas atuais, porque tinha muita gente estudando e fazendo projetos em cima desse acervo, e futuras, porque as coleções poderiam ser utilizadas por outros pesquisadores. É um baque para a história do Brasil, já que lá tinham coleções desde o período pré-colonial. É muito triste mesmo”, lamenta Luciane Zanenga Scherer.
Chegou-se a comentar que as obras do pintor catarinense Victor Meirelles poderiam estar no Museu Nacional. Entretanto, a diretoria do museu que guarda a sua obra em Florianópolis garantiu que as telas do artista estão em outros locais no Rio de Janeiro: a Batalha do Riachuelo está no Museu Histórico Nacional, enquanto o Museu Nacional de Belas Artes tem a Batalha do Havaí.
Do Diário Catarinense