Definir o orçamento necessário para se aposentar mantendo o padrão de vida atual e, a partir disso, planejar quanto precisará poupar agora para atingir a meta futura são os passos iniciais de quem quer garantir o sustento quando parar de trabalhar. Tomar essas primeiras providências, no entanto, não tem se mostrado fácil para boa parte da população.
Uma pesquisa encomendada pela FenaPrevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida) ao Instituto Ipsos aponta que metade dos brasileiros pretende se aposentar até os 64 anos, mas 48% não sabiam responder qual seria o valor da aposentadoria que receberiam. Embora 60% tenham considerado necessário um plano complementar de Previdência, 55% não souberam informar o percentual do salário que estariam dispostos a poupar por mês para garantir a aposentadoria. Foram ouvidas 1.200 pessoas, com idades entre 16 e 60 anos, de 72 municípios durante o mês de abril.
“Essa mistura de falta de conhecimento sobre como funciona a Previdência pública com a falta de conhecimento sobre instrumentos de poupança privada causa confusão. A gente vê um aspiracional, mas as pessoas não sabem exatamente como fazer essa conta”, disse o presidente da FenaPrevi, Edson Franco. Antes de começar a poupar para a velhice, é necessário já ter separado uma reserva de emergência, alocada em ativos de baixa volatilidade e boa liquidez.
“A Previdência é um investimento de longo prazo, se a pessoa nem fez a reserva de emergência, vai começar a aplicar o dinheiro para a aposentadoria e vai precisar resgatar na primeira necessidade”, afirmou a planejadora financeira Angela Nunes.
Com a reserva garantida, o próximo passo é conhecer seu orçamento atual e, fazendo ajustes, projetá-lo para o futuro. “Sabendo as despesas que tem, é possível simular quanto precisará lá na frente. Hoje, você pode ter filhos e gastar com escola. Então, pensa que, ao se aposentar, não terá mais esse gasto, mas as despesas com saúde serão maiores, por exemplo”, explicou Angela.
A partir de um orçamento futuro definido, calcula-se o valor que será coberto pela Previdência pública, para quem contribui ao INSS, e quanto deve ser complementado por conta própria. Vale lembrar que, dificilmente, os poupadores conseguem se aposentar pelo teto da Previdência, hoje em R$ 5.645,81.
A pesquisa da Ipsos mostra que apenas 18% dos entrevistados disseram que planejam se sustentar quando aposentados com uma poupança ou Previdência privada – 11% ainda não sabem como farão. Escolher um plano de Previdência privada requer conhecer as diferentes modalidades.
Com um PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) é possível abater até 12% da renda tributável, desde que a pessoa contribua também ao INSS. Ele é indicado para quem faz a declaração completa do Imposto de Renda. Caso contrário, o plano VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre), considerado um seguro, é mais interessante, porque a tributação na hora do resgate incide apenas sobre o rendimento.
Fonte: O Sul