A
Cooperativa Central Aurora Alimentos comunica que, em consequência da greve que
atinge o setor de transportes nas regiões onde estão instaladas as suas
unidades produtivas, paralisará totalmente as atividades das indústrias de
processamento de aves e suínos em Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e
Mato Grosso do Sul (inicialmente) nesta quinta e sexta-feira, dias 24 e 25 de
maio de 2018.
A suspensão total das atividades tornou-se imperativa e
inevitável em razão dos efeitos do movimento grevista que impede a passagem dos
caminhões que transportam todos os insumos necessários ao funcionamento das
indústrias e, também, o escoamento dos produtos acabados para os portos e os
centros de consumo. A capacidade de estocagem de produtos frigorificados - de 50
mil toneladas - está exaurida.
No campo, as famílias rurais são as mais prejudicadas porque
o mesmo movimento grevista impede o fornecimento de ração, pintinhos, material
genético, remédios etc. aos milhares de produtores rurais, colocando em risco
imensos planteis de aves, suínos e bovinos. Ao mesmo tempo, impede a retirada
da produção agrícola e pecuária.
Dessa forma, o sistema de produção no campo e na cidade ficou
asfixiado e impossibilitado de operar em face da falência de suprimentos.
Sem fazer qualquer julgamento sobre a legitimidade ou a
legalidade da greve, a Aurora Alimentos adverte para o sofrimento e as perdas
que estão sendo impostas a milhares de famílias rurais, trabalhadores urbanos,
micro e pequenas empresas da cadeia produtiva e ao sistema cooperativista.
Mesmo que, eventualmente, a greve venha a ser encerrada nas
próximas horas ou dias, a paralisação das unidades industriais nesta semana não
poderá ser cancelada em face das condições adversas que se criaram ao fluxo
normal da produção.
Nesses dois dias em que as plantas industriais da Aurora
estarão fechadas:
· 7 indústrias de aves e 8 indústrias de suínos estarão
inoperantes;
· 28 mil trabalhadores diretos estarão dispensados
temporariamente do trabalho;
· Cerca de 8 mil produtores rurais terão que adotar regime de
restrição alimentar aos plantéis de aves, suínos e bovinos;
· A escassez ou falta de rações prejudicará de forma
insidiosa o desenvolvimento de um plantel de 32 milhões de frangos e 1 milhão
260 mil suínos porque, quando o movimento dos caminheiros cessar, os prejuízos
continuarão se manifestando nesses ativos biológicos mal-nutridos;
· 2 milhões de aves e 40 mil suínos deixarão de ser
processados apenas nesses dois dias;
· 300 caminhões câmaras-frias/dia, 200 caminhões com cargas
vivas/dia e 120 caminhões de ração/dia deixarão de circular.
Tudo isso representa mais de R$ 50 milhões de prejuízos para
toda a cadeia produtiva ancorada na Aurora Alimentos, justamente em um ano em
que a perda de mercados e problemas conjunturais já sacrificam severamente a
agroindústria da carne com milhões em perdas.
A Cooperativa Central Aurora Alimentos apela para que o
Governo e o Movimento dos Transportadores dialoguem e, num exercício de
grandeza e compreensão com os graves problemas nacionais, encontrem uma
alternativa para por fim à greve, pois reconhece a enorme importância do setor
de transporte rodoviário para o País e o papel social e profissional dos
caminhoneiros