O governo federal pediu que Santa Catarina receba 2,5 mil imigrantes venezuelanos. Eles fazem parte de um contingente de mais de 40 mil que se concentram hoje em Roraima, após deixar o país, que vive uma crise humanitária sem precedentes, a ponto de o presidente do país pedir que a população crie galinhas em casa, devido à falta de carne nos supermercados.
O pedido do Planalto foi feito oficialmente em reunião entre o Ministério do Desenvolvimento Social e a Secretaria Estadual da Assistência Social, Trabalho e Habitação.
A secretária da Assistência, Rommana Remor, embarca hoje a Brasília para dar sequência à conversa, que envolve também a situação de imigrantes haitianos e senegaleses no estado.
"Há uma questão muito grave na Venezuela. Ninguém deixa para trás seu país e sua vida assim. Existe uma orientação do governo federal para que, os estados que puderem, façam um esforço para acolhê-los", afirma Rommana.
O governo estadual pretende criar um comitê para avaliar o pedido e planejar como distribuir os imigrantes pelas cidades catarinenses. A ideia é tentar evitar a repetição de erros no acolhimento de haitianos e senegaleses, muitos dos quais enveredaram pelo caminho do comércio ilegal nas cidades.
No entanto, ao contrário dos imigrantes dos outros dois países, o idioma não será um grande empecilho desta vez. Mesmo assim, é certo que haverá resistência dos municípios em receber os venezuelanos. Em Roraima já houve pedido do governo ao STF para fechar a fronteira com o país, tamanha a crise humanitária provocada pelo governo de Nicolás Maduro.
A secretária Rommana diz não haver imposição do governo federal a Santa Catarina, mas diz que é hora de ter solidariedade. Nos próximos dias, o governo estadual vai dizer se tem condições de receber — e como — os 2,5 mil solicitados pelo Planalto.