A Cooperativa Central Aurora Alimentos torna público que deu férias coletivas à unidade industrial de abate de processamento de aves de Abelardo Luz (SC) no período de 1º a 30 de junho deste ano.
A referida planta industrial emprega 1.391 trabalhadores e abate 33,5 milhões de frangos por ano, o que representa 13,4% do abate total da Aurora.
A empresa informa que não está prevista a demissão de trabalhadores.
Em face da complexidade da cadeia produtiva, a partir desta semana, a empresa começa a adotar os procedimentos para implementar a medida, pois são necessários cerca de 63 dias para diminuir a geração de ovos férteis, a produção de pintainhos, o alojamento e o abate, harmonizando essas fases com a suspensão das atividades da unidade que entrará em férias coletivas.
A medida tornou-se necessária em razão do difícil momento que vive o setor de produção de proteína animal no Brasil desde agosto do ano passado.
Muitas indústrias avícolas - pertencentes a várias companhias brasileiras - foram desabilitadas a exportar para a Europa desde o último bimestre de 2017. No mesmo período, a Rússia, que representava um grande comprador de produtos cárneos, suspendeu as importações. A conjugação desses dois episódios produz o efeito de oferta excessiva e deterioração de preços.
Por outro lado, o suprimento do milho, um dos principais insumos da avicultura industrial, passa por um período de retenção especulativa, cujo efeito é o inflacionamento artificial de seu preço. Essa situação agrava as dificuldades do setor e força as agroindústrias a obter no exterior o milho para a manutenção dos quase 520 milhões de aves alojadas em todo o País.
Em consequência desse cenário, grande parcela da produção nacional destinada à exportação acabou permanecendo no mercado doméstico. Nesse estágio, a capacidade de armazenagem à frio, própria e de terceiros, chega ao seu limite, tornando-se imperiosa a necessidade de reduzir temporariamente a produção.
A Aurora Alimentos avaliará e decidirá em junho se haverá necessidade de colocar uma segunda planta industrial em regime de férias coletivas. Enquanto isso espera que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e o Ministério das Relações Exteriores obtenham sucesso na defesa técnica e política do setor da proteína animal, buscando o restabelecimento dos fluxos comerciais internacionais tão duramente conquistados pela indústria brasileira da carne.