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Gasolina vendida no Brasil é a segunda mais cara do mundo

Publicada em 20/02/18 às 08:26h - 341 visualizações

por Fonte: Gazeta do Povo


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 (Foto: O Estadão)

Encher o tanque com gasolina nos postos brasileiros tem significado, nos últimos meses, um peso significativo no bolso dos motoristas. E o preço salgado não é por acaso: o valor praticado no Brasil é um dos recordistas no mercado mundial.

De acordo dados da empresa de consultoria Air-Inc, o preço nos postos daqui - de US$ 1,34 por litro, o equivalente a R$ 4,42 com câmbio de R$ 3,30 - é o segundo mais caro entre os 15 países que mais produzem petróleo no mundo. A gasolina brasileira só perde para a da Noruega, onde o preço é ainda mais salgado, chegando a quase US$ 1,90 por litro.

INGREDIENTES PARA O PREÇO ALTO

Não há um fator que, isolado, explique os altos preços dos combustíveis no Brasil. De acordo com André Suriane, economista da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), um dos motivos é estrutural. "O Brasil não é autossuficiente no mercado da gasolina. Ainda importamos parte da matéria-prima, o que aumenta o custo do produto", explica.

Outro aspecto que encarece o combustível é a concentração de mercado em várias etapas da cadeia produtiva. Se soma à hegemonia da Petrobras no que diz respeito à exploração e ao refino da gasolina - com custos que, de acordo com Suriane, não são divulgados de forma transparente -, a distribuição também concentrada em poucas empresas. "Além disso, na estrutura final da cadeia, os postos, ocorre a prática de cartel em algumas cidades", diz o economista.

Walter De Vitto, analista de energia e petróleo da Tendências Consultoria, de São Paulo, adiciona mais um ingrediente à receita para os preços altos: os impostos. Sobre a gasolina incidem tributos federais (Cide,PIS/Pasep e Cofins) e estaduais (ICMS). "Se compararmos o Brasil com outros países, o que mais nos diferencia na questão da gasolina é a carga tributária muito alta", afirma.

Com todas essas questões, mesmo quando o preço baixa nas refinarias, muitas vezes a redução não é sentida de forma imediata pelo consumidor final. "O que costumamos dizer é que o preço sobe de elevador, mas desce de escada. Quando há uma queda na refinaria, a redução demora um pouco mais para acontecer nos postos", explica De Vitto.

As soluções para o problema, entretanto, não são simples. No caso da concentração de mercado, por exemplo, o entrave é o alto valor dos investimentos para que uma empresa possa entrar no setor. "É uma aposta muito alta, porque o lucro não é certo. Obter ganhos no curto prazo é pouco provável", diz Suriane. Além disso, ele afirma que o fato dos preços, no Brasil, serem controlados pelo governo complica ainda mais o cenário.




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