Após uma ação de reintegração de posse em Faxinal dos Guedes, no Oeste catarinense, cerca de 170 famílias que estavam há dois anos em um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no município ocupam provisoriamente dois ginásios da cidade. Nesta quinta-feira (30), representantes do movimento estiveram em reunião em Brasília com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para falar sobre o assunto, como mostrou o NSC Notícias.
Na quarta (29), a Polícia Militar fez a reintegração de posse, que foi pacífica. De acordo com o MST, 180 famílias moravam no local. A liminar de reintegração foi expedida pela juíza Heloisa Menegotto Pozenato, da 2ª Vara Federal de Chapecó. O autor da ação é João Carlos Prezzotto, que detém o Grupo Prezzotto, empresa de atuação em diversos ramos. Outros nove familiares de João estão relacionados como autores da ação.
Vida nos ginásios
A agricultora Leandra Vargas de Oliveira conseguiu pegar algumas coisas antes da passagem da PM e dos tratores. "Era nossa casa, nossos bichos. Tinha nossas plantas, tudo lá. Foi tudo jogado fora. Jogado no lixo", lamentou.
Os dois ginásios onde as famílias estão foram cedidos pela prefeitura e elas não têm prazo para saírem. O assentamento onde elas estavam tem área de mil hectares.
Segundo o MST, a empresa Sementes Prezzotto havia tomado posse de uma área pública do Incra. O G1 não conseguiu falar com a companhia e nem com o Incra.
Reintegração
Conforme a Polícia Militar, a ação de reintegração contou com 130 policiais militares de diferentes batalhões do estado e especialidades, como Choque, Patrulhamento Tático, Cavalaria, Canil, Rocam, além da Polícia Civil e Polícia Federal. Ainda segundo a PM, também participaram os bombeiros, o Samu, a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) e o Conselho Tutelar.
"Não houve qualquer resistência por parte do movimento e a Polícia Militar, então, executou sem nenhuma alteração toda a ação a qual nos foi determinada", disse o comandante do 2º Batalhão da PM, tenente-coronel Ricardo Alves da Silva.
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