Santa Catarina registrou a maior taxa de tentativas de estupro do país em 2016. São 10,2 casos para cada grupo de 100 mil pessoas. Os dados estão no 11º Anuário Brasileiro da Segurança Pública, divulgado nesta segunda-feira. Apesar do índice negativo, houve uma queda de 0,8% no indicador na comparação com 2015.
Nos números absolutos _ onde se desconsidera o número de habitantes _, Santa Catarina aparece em segundo no ranking, à frente de regiões maiores e mais populosas, como Minas Gerais e Rio Grande do Sul, com 381 e 654 tentativas respectivamente. O Estado só perde para São Paulo, com 1.218 ocorrências.
No índice de estupros consumados _ considerando os atos libidinosos e atentados violentos ao pudor, além da conjunção carnal _, a elevação no Estado é de 12,1% entre 2015 e 2016, com 44,6 casos para cada 100 mil pessoas. Esse é o quinto pior índice do país atrás do Mato Grosso do Sul (54,4), Amapá (49,2) Mato Grosso (48,8) e Roraima (45,5).
Aumento de casos em Florianópolis
Também em estupros consumados, Florianópolis apresenta a maior taxa do país entre as capitais, com aumento de 111 casos em 2015 para 176 ocorrências em 2016, uma elevação de 55,9%, bem acima da média nacional, que foi de 1,5%.
Na cidade catarinense, diferente de outras capitais no país, todos os números se referem a estupros de mulheres. Para ter uma ideia da gravidade dos dados em Florianópolis, em 2016, a cada dois dias e meio, uma mulher registrou queixa de estupro.
Para a delegada coordenadora das Delegacias de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso de Santa Catarina, Patrícia Zimmermann, o número de notificações _ o Anuário usa como base as informações das pastas de Segurança Pública _ não significa que "aqui se estupra mais". Patrícia avalia que em outros Estados há turismo sexual de jovens, enquanto em Santa Catarina "isso não é tolerado".
— Quanto melhor for a rede de atendimento, a interação entre comunidade, a segurança, a saúde e a educação, a gente vai chegar a um número maior de vítimas. Quanto mais melhorarmos o atendimento, chegaremos em ainda mais casos que hoje nãos abemos — aponta Patrícia.
A delegada classifica os casos de estupro ou tentativa como um problema que tem o agravante "de a grande maioria ocorrer com pessoas próximas da vítima".