Mais de 80 famílias do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) montaram acampamento numa área onde funcionava uma madeireira em Calmon, no Oeste do estado. O estabelecimento faliu e está há aproximadamente 20 anos abandonado.
A maior parte das famílias está ocupando casas e galpões abandonados, enquanto algumas estão montando barracas. Os líderes do movimento dizem que toda a área foi entregue à União como forma de pagamento das dívidas da antiga empresa.
O MST quer que o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) negocie, faça o assentamento e distribua as terras às famílias.
A área, coberta também por mata nativa, equivale a mais de mil campos de futebol. O Incra disse que acompanha o caso, mas que ainda não tem detalhes das situações administrativa e fiscal das terras e que agora é preciso esperar uma audiência com a justiça agrária.
"Um assentamento grande que nem aqui pode sair. As estruturas que têm aqui podem ser todas aproveitadas para um assentamento, para as famílias", disse Gonçalino de Lara, líder do MST.
Sem emprego na cidade, João Alves diz que se juntar ao MST é a esperança de realizar o sonho de conseguir um pedaço de terra. "Ter um terreninho pra gente ter uma criaçãozinha, né. Uma planta, uma coisa assim, né", disse.