O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) condenou a 11 anos e oito meses de prisão em regime inicialmente fechado o padre afastado em 2016 da paróquia de Ibirama, no Vale do Itajaí. Ele recebeu a pena pelo abuso sexual de um adolescente entre 2005 e 2009.
Apesar da condenação, que é dessa terça-feira (3), o padre vai responder em liberdade, porque ainda cabe recurso da decisão no TJSC, informou a defesa do religioso.
Desde 15 de junho do ano passado o réu segue afastado da paróquia, decisão tomada após condenação em primeira instância pelo mesmo crime. De acordo com o advogado Olavo David Júnior, que faz a defesa do padre, a intenção do réu é ficar afastado até o fim do processo.
Decisão do TJ
O padre foi condenado por estupro de vulnerável cometido diversas vezes em continuidade delitiva. De acordo com o TJ, no julgamento dessa terça o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) sustentou a acusação de que o réu se aproveitou da amizade que tinha com a família do adolescente para cometer o crime.
Quando o rapaz tinha 13 anos, ele fazia catequese na paróquia dirigida pelo religioso. Nos finais de semana, conforme o TJ, o padre levava o adolescente para casa e lá ocorriam os abusos. Posteriormente, o jovem trabalhou na Casa Paroquial, onde também foi vítima do réu, afirma o MPSC.
De acordo com o TJ, em depoimento o adolescente disse que era de origem humilde e que o padre ajudava a família com cestas básicas e dinheiro. Testemunhas ouvidas ao longo do processo afirmaram ainda que o acusado assediava jovens catequistas.
A defesa do padre disse ao G1 que a decisão do TJ não foi unânime e que vai entrar com embargo declaratório, para pedir que o relator da ação reapresente o entendimento dele em pontos específicos.