A grande bacia leiteira catarinense é a região Oeste, que responde por 76% de todo leite produzido, quase 2,4 bilhões de litros. O secretário da Agricultura e da Pesca, Moacir Sopelsa, destaca que a produção de leite no estado está concentrada nas pequenas propriedades de agricultores familiares e representa uma importante fonte de renda no meio rural. "O setor leiteiro é um grande destaque de Santa Catarina e vem passando por grandes transformações, com o investimento em pastagens, tecnologias e genética. Ainda temos muitos desafios pela frente, precisamos tornar nosso leite competitivo para exportação", ressalta.
A produção de leite vem numa crescente em Santa Catarina. Há dez anos o estado produzia 1,7 bilhão de litros. Em 2016 foram 3,1 bilhões de litros, um crescimento de 82%. No mesmo período, a produção brasileira aumentou em 32%. O secretário adjunto Airton Spies explica que o leite é a atividade agropecuária que mais cresce no estado e tem um grande impacto socioeconômico nos municípios catarinenses. "O setor leiteiro gera e distribui renda ao longo de toda cadeia produtiva, envolvendo 60 mil produtores e milhares de empregos em Santa Catarina. Nosso estado tem excelentes condições de produzir leite de alta qualidade a baixo custo. O grande desafio é nivelar para cima o padrão tecnológico para que todo leite seja de alta qualidade e melhorar a organização logística para conquistar o mercado externo".
No último ano, o Brasil produziu 33,6 bilhões de litros de leite, sendo que 37% desse total vêm da região Sul. Com cerca de 300 mil produtores, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, juntos, produziram 12,4 bilhões de litros de leite e se consolidam como a maior bacia leiteira do país.
Queda nos preços
Esse incremento na produção, combinado ao aumento nas importações de leite e queda nas exportações para países como a Venezuela, acabou gerando uma crise na cadeia leiteira, com preços no atacado e pagos ao produtor bastante baixos para a época do ano.
"A atual crise no preço é um exemplo da importância que devemos dar para a preparação do setor para competir no mercado global. Só assim vamos conseguir evitar a importação e vender nosso leite para os consumidores do mundo todo", afirma Spies.
Outra importante variável nesse cenário é a retração no consumo. A queda na renda de muitas famílias brasileiras fez com que produtos com maior valor agregado, como iogurtes e queijos, deixassem de ser uma opção na hora da compra. Menos consumo resultou em menos renda para produtores.