A estiagem tem afetado as produções de trigo, arroz, fumo e bananas em Santa Catarina, como mostrou a NSC TV. Na lavoura de trigo, a produção deve ser 30% menor em relação ao ano passado. Já na produção de fumo e banana, a estimativa é de redução na produção em 15% e na produção de arroz o prejuízo deve ser de quase R$ 1,5 milhão.
"Nós vamos atrasar todas as culturas de verão, um exemplo é o do milho, que não conseguimos plantar quase nada na nossa região por causa desse período de estiagem, o que foi plantado está germinando desparelho. Isso influenciará nas culturas de soja e feijão", explica o engenheiro agrônomo da Epagri Marcelo Capelari.
Oeste catarinense
Em Campos Novos, no Oeste, a Epagri estima que produção de trigo deve ser de 163 mil toneladas, 30% a menos do que na última safra, quando foram colhidas 229 mil toneladas. A colheita do trigo em Santa Catarina só começa em novembro, mas os produtores já sabem que terão prejuízos.
"Aqui na região hoje a gente colhe acima de 70 sacas por hectare e acredito que do jeito que está a gente não vai colher nem 45 sacas", afirma o produtor André Manica.
Sul do estado
Os produtores de arroz, fumo e banana também estão preocupados com os prejuízos no Sul catarinense. A menor umidade no solo influencia também na qualidade do produto: as bananeiras devem ter menos cachos e frutos menores. A produção já está 3% menor em relação à última safra também por causa do vento intenso.
Em Nova Veneza, a preocupação é com a produção de arroz. Com a falta de água, o prejuízo estimado é de quase R$ 1,5 milhão.
Já em Araranguá, a perda deve chegar a 15% na produção de fumo. Mas o prejuízo aos produtores pode ser ainda maior porque a estiagem influenciou ainda na qualidade das folhas. "Estimamos redução no movimento econômico em torno de R$ 10 milhões", afirma o gerente Regional da Epagri de Araranguá, Reginaldo Ghellere.
O produtor de fumo Jonathan de Almeida Marcos, por exemplo, colheu 3 mil quilos de tabaco em 2016. Este ano acredita que não vá colher nem a metade. "Ano passado levantamos R$ 180 mil. Este ano se conseguirmos R$ 50 mil é muito", afirma Marcos.
Além de afetar na agricultura, a estiagem tem prejudicado o abastecimento em muitas cidades do estado.