Duas pessoas ficaram feridas durante um assalto de um ônibus, na madrugada deste sábado, dia 29, em Caçador. O crime aconteceu por volta da meia noite, na SC-350, no Distrito de Taquara Verde.
Segundo informações da Polícia Militar, o ônibus, ocupado por 42 pessoas, foi alvo de disparos durante a madrugada e logo e seguida parou em uma vegetação, às margens da rodovia. O veículo foi abordado pelos criminosos, que fizeram os passageiros ficarem apenas com as roupas íntimas e depois trancaram as vítimas no bagageiro do ônibus.
"Eles mandaram todo mundo descer e depois tiraram as malas para fizerem a revista. Fecharam a gente no bagageiro, onde ficamos mais de uma hora e meia trancados, até conseguirmos abrir por dentro e sair", conta o motorista, Marcolino Klein, 62 anos, que foi assaltado pela segunda vez nesse trecho.
O condutor do ônibus, que fazia a linha Florianópolis à Assunção, no Paraguai, trouxe os passageiros para Caçador. O veículo parou na rodoviária por volta das 3 horas, quando a polícia foi acionada.
Simone Alves Martins, de 44 anos, que levou um tiro de raspão na cabeça, relata como ocorreu o crime. "Eu estava dormindo e quando percebi já tinha sido atingida. Eles entraram no ônibus, mandaram a gente colocar a mão na cabeça e não olhar. Foi o que fizemos. Fiquei mais tranquila quando descobri que foi apenas um ferimento superficial, mas passou mil coisas na minha cabeça", conta a moradora de Rio do Sul, que teve apenas ferimentos leves.
A outra vítima foi levada ao hospital para atendimento médico e, até o momento, não há informações sobre o seu estado de saúde. Segundo testemunhas, a bala possivelmente estava alojada na cabeça da mulher.
De acordo com as vítimas, os bandidos estavam armados com armas curtas, usavam toucas para cobrir o rosto e possuíam radiocomunicadores sintonizados na frequência da polícia.
Após a comunicação do crime, a Polícia Militar de Caçador esteve na rodoviária, coletou informações e realizou buscas pelos criminosos.
Só queriam dinheiro
A passageira Gisela, 59 anos, que saiu de Indaial e ia para a Argentina, relata que os criminosos só queriam dinheiro. "Eu perdi R$3 mil. Falaram que se achassem alguma nota escondida iriam nos matar. Colaboramos e entregamos tudo. Nunca passei por isso. Foi um pesadelo", disse.
Sônia, 70 anos, achou que iria morrer nesta noite. "Estava tudo tranquilo, tínhamos saído da janta e quase todo mundo já estava dormindo. De repente ouvimos uns estalos. Um menino disse que era tiro, aí não teve mais jeito. Entrou um homem encapuzado, mandou a gente ficar só de calcinha e sutiã, e se tivéssemos dinheiro escondido, iriam matar a gente. Ficamos sem reação. Eu rezei muito. Pedi a Deus que perdoasse a minha alma porque a gente ia morrer. Estavam muito nervosos com as armas nas mãos, qualquer vacilo era morte na certa. Então fomos trancados no bagageiro e quando já estávamos ficando sem ar e o motorista conseguiu abrir e saímos", comenta.