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Justiça determina que cobrar diferente de homem e mulher em balada é ilegal

Publicada em 04/07/17 às 06:15h - 487 visualizações

por Fonte: Diario Catarinense / Oeste Mais


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 (Foto: Divulgação internet)

Baladas, festas e outros eventos em geral. Uma multidão de pessoas reunidas em um mesmo ambiente, ocupando o mesmo espaço bebendo as mesmas bebidas e ouvindo o mesmo som. Isso pode parecer normal até certo ponto, mas para algumas pessoas, não. Não é de hoje que encontramos eventos dos quais mulheres conseguem um preço mais baixo em ingressos do que os homens, ou até mesmo sem custo algum.

 

É comum ver divulgação de festas, inclusive na região, em que mulheres tem desconto, ou então  que até certo horário não pagam entrada. Porém, esse tipo de situação está prestes a acabar.

 

Uma reportagem veiculada pelo Fantástico, da Rede Globo, fez dispertar o debate sobre o assunto polêmico. O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, decidiu que cobrar valores de ingresso diferente para homens e mulhere é ilegal.

 

O órgão que faz parte da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), elaborou uma nota técnica que será encaminhada às associações representativas dos setores de lazer e entretenimento a partir desta segunda-feira. Estabelecimentos como bares, restaurantes e casas noturnas terão um mês para se adequarem. 

 

documento diz que a diferenciação de preços entre homens e mulheres é uma "afronta ao princípio da dignidade da pessoa humana", "prática comercial abusiva" que utiliza a mulher como "um objeto de marketing para atrair o sexo oposto aos eventos". 

 

O texto ainda diz que o mercado considera a mulher "como um produto que pode ser usado para arrecadar lucros, ou seja, obter vantagens econômicas" e defende que, apesar de ser um costume tolerável, não é mais admitido nos dias atuais pois "o empoderamento das mulheres e a evolução do mercado não permitem mais esse tipo de prática abusiva" e não há diferenças entre homens e mulheres que justifiquem as distinções. 


Diante disso, o Oeste Mais colheu alguns depoimentos de mulheres que costumam frequentar festas, para saber o que elas acham sobre o tema.

 

Ana, 23 anos, estudante

"Eu vejo que os Direitos são iguais, porque mulher pagando menos é um meio de atrair homens e os homens costumam gastar mais que mulheres."

 

Claudia, 23 anos, estudante

"Eu acredito que injusto não seja e também não acho que vulgarize a mulher ou faça dela um comércio. Acredito que seja apenas uma maneira de atrair mais mulheres para as festa, porque os homens, muitas vezes, estão dispostos a gastar mais e as mulheres não. Então quanto mais barato for, mais fácil de elas irem."

 

Vanessa, 19 anos, estudante

"Acho que se a festa for open bar, isso é justo, por que a maioria das mulheres bebe menos que os homens, portanto o gasto em open bar é menor. Já em outras festas, como é tanto pregado a igualdade de gêneros, é justo que se pague o mesmo valor."

 

Patricia, 21 anos, estudante

"Essa é uma medida na qual parece que as mulheres é que são beneficiadas, porém, na verdade a intensão das casas de shows ou boates que realizam esse evento é usar as mulheres como "isca" para atrair homens pra esses eventos. A ideia é de que, vendendo ingressos mais baratos ou dando passe livre às mulheres, os homens irão a esse evento também, atraindo um grande público masculino que consumirá bastante bebida. No fim das contas, a ideia de dar entrada livre ou mais barata a mulheres, não beneficia ninguém a não ser o promotor do evento que ganhará bastante dinheiro com venda de bebidas."

 

Bruna, 23 anos, atendente de telemarketing

"Eu prefiro ganhar o mesmo salário que os homens ganham. Sempre fomos deixadas pra trás no mercado de trabalho. Eu percebo muito isso com as pessoas com quem trabalho, porque os homens (independente de idade), possuem renda, estabilidade e prestígio muito maior que as mulheres. A realidade é que trabalhamos muito sem o devido reconhecimento e não é a questão de ter dinheiro ou não pra ir pra balada e sim que todos tenham a mesma oportunidade."

 

Após o período de um mês de adequação, a orientação é que sejam feitas fiscalizações nos locais até que as práticas consideradas abusivas sejam banidas. O consumidor também poderá exigir o menor valor, caso ainda haja diferenciação.




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