O colégio respondeu os comentários com um pedido de desculpas. Nesta quinta, a diretora do Fayal, Fabiana Almeida, disse que ocorreu um "equívoco", com "palavras mal colocadas", e que a escola está tomando providências administrativas.
— Não fomentamos preconceito. Foi uma infeliz ideia, injustificável, e assumimos o equívoco — afirma.
Segundo ela, a festa para a qual os alunos teriam que se fantasiar vai trabalhar a inclusão. Terá como tema a música Alagados, dos Paralamas do Sucesso. Em nota, a escola diz que não pretende criar muros, mas sim trabalhar e expor movimentos de cidadania e inclusão.
— Não aceitamos racismo, xenofobia, homofobia ou qualquer intolerância de classes. Nossos 55 anos de história atestam esta postura — diz a nota.
A festa com fantasia de "favelados" do Fayal ocorre menos de um mês após ter vindo à tona a festa com o tema "se nada der certo", promovida por uma escola particular no Rio Grande do Sul, em que os alunos se vestiram como trabalhadores, em um deboche de profissões como gari e faxineira.
A jornalista Elaine Mafra, esposa de Willian, afirmou nas redes sociais que a atitude da escola de Itajaí reforça estereótipos e preconceitos: "Na minha opinião, fantasia de favelado do Rio de Janeiro é de professor, policial, jornalista, estudante, dona de casa.... Porque eu tenho certeza que essas classes não moram na Barra da Tijuca ou em Copacabana", postou.
Veja a íntegra da nota do Colégio Fayal:
Viemos através desta transcrever nossos mais sinceros pedidos de desculpas, pois ainda que possamos ter explicações, reconhecemos a inadequação de uma frase descontextualizada. Ouvimos cada um de vocês, e explicamos o contexto da ação . Jamais teríamos a intenção de criar estereótipos. Nosso espírito educacional é sempre na intenção de realizar ações que possam somar com a comunidade . É de prática cotidiana o acolhimento e humanização a nossos alunos , famílias e funcionários. Houve um sério equívoco no bilhete enviado às famílias e que separado do contexto a que pertencia tornou-se inaceitável. Esclarecemos que a atividade proposta foi na verdade baseada na canção"Alagados" do conjunto Paralamas do Sucesso, onde é citado a Favela da Maré, uma das maiores do Rio de Janeiro, onde vivem hoje 130 mil pessoas ,em comunidades que se estendem entre a avenida Brasil e a Linha vermelha - duas das mais importantes vias de acesso à cidade. Não viemos criar muros e sim trabalhar e expor estes movimentos de cidadania e inclusão.Não aceitamos racismo, xenofobia, homofobia ou qualquer intolerância de classes. Nossos 55 anos de história atestam esta postura. Convidamos a todos para acompanharem o nosso trabalho que sempre privilegiou os valores e reafirmar que repudiamos toda e qualquer forma de exclusão. Contamos com a compreensão nesse momento e as providências internas já foram tomadas.Por isso estamos indo além do pedido de desculpas. Assumimos aqui um compromisso público de sermos cada vez mais intolerantes e intransigentes nesse sentido. Enfrentaremos esse momento com humildade e o superaremos , fica o aprendizado.