O corpo de R. K., 19 anos, foi encontrado em uma vala em meio à mata, no bairro Nova Brasília. Ela, que era natural de Chapecó mas morava em Guabiruba, foi assassinada na madrugada do dia 25 de maio, incendiada viva, e tinha sinais de torturas pelo corpo.
A imprensa só teve autorização para divulgar o crime na noite de desta quinta-feira, 1, pois a Polícia Civil preferiu manter em sigilo as investigações para conseguir prender a tempo os criminosos. Antes mesmo de encontrar o corpo, na terça-feira, 30, a Divisão de Investigação Criminal (DIC) recebeu uma denúncia de que uma jovem havia sido morta incendiada, no Nova Brasília.
Pouco tempo depois, o delegado Alex Bonfim Reis recebeu um áudio de WhatsApp em que mostra a gravação dos acusados do crime com Roberta, em que eles a fazem confessar que roubou uma quantia de drogas de um dos acusados pela morte.
Com essas informações, a polícia iniciou as investigações e conseguiu chegar aos nomes dos envolvidos: Cláudio Batista dos Santos; Júlio César Poroski, o Galego; Pâmela Tainá Carvalho Pereira e Robson Geovane Mendes dos Santos. Porém, restava ainda saber a localização do corpo.
Foi então que a polícia recebeu mais uma denúncia informando com exatidão o local em que ocorreu o crime. Na tarde de quarta-feira, 31, os agentes da DIC foram até o local indicado, junto com policiais do Pelotão de Patrulhamento Tático (PPT), cavaram em uma terra mexida e encontraram o corpo carbonizado.
Durante as investigações foi descoberto que um taxista, que também foi preso temporariamente, foi quem levou os quatros acusados e Roberta até o local do crime. Em certo momento, um dos envolvidos mandou o taxista ir até um posto de combustíveis para comprar gasolina e retornar ao local. Depois disso, o taxista conta que foi embora e retornou apenas uma hora depois.
Após matarem a jovem, voltaram de táxi apenas os quatro acusados, sem a Roberta, todos estavam sujos de lama, e trouxeram de volta uma enxada, a qual levaram junto no porta-malas do carro. Coincidentemente, no mesmo dia, a Polícia Militar recebeu uma denúncia que o mesmo táxi transportava drogas.
Os policiais então abordaram o veículo com os ocupantes em um posto de combustíveis e os encontraram sujos. Porém, como nada foi localizado, eles foram liberados.
Prisão dos envolvidos
Após encontrarem o corpo de Roberta, o delegado entrou com pedido de prisão contra os quatro acusados, além do taxista. Nesta quinta-feira, a DIC, em conjunto com a Polícia Militar, conseguiu prender Cláudio Batista dos Santos; Júlio César Poroski, o Galego; Pâmela Tainá Carvalho Pereira e o taxista, que não teve o nome divulgado, pois ainda se investiga a participação dele no crime.
Segundo o delegado, Roberta tinha envolvimento com drogas e sua morte está relacionada a uma dívida com os traficantes, mais precisamente com Cláudio. "A Roberta foi mais uma vítima do tráfico. Ela tinha envolvimento com drogas e não morava mais com família, não tinha paradeiro certo e faleceu em razão do tráfico, as provas são claras", diz. O último contato com a mãe, por telefone, foi em 11 de maio.
Sepultamento
Como o corpo estava queimado, foi necessário colocá-lo direto em uma urna lacrada, sem preparação. Com isso, não foi possível realizar o velório. O sepultamento de Roberta ocorreu nesta quinta-feira à tarde, no cemitério do Lageado Baixo, em Guabiruba.
Foragido
Robson Geovane Mendes dos Santos (foto abaixo) conseguiu fugir antes da chegada da Polícia Militar. Porém, no áudio de WhatsApp recebido pela polícia fica clara a participação dele no crime. Por isso, o delegado solicita a colaboração da população para informar o paradeiro do acusado.
"As informações de populares sobre o crime e paradeiro do Robson são muito importantes. A população tem que ficar do nosso lado e confiar no trabalho da polícia. Asseguro sigilo absoluto". Denúncias podem ser feitas, de forma anônima, pelo telefone 181.