O Supremo Tribunal Federal, na figura do ministro e relator da Lava Jato, Edson Fachin, confirmou na tarde desta quinta-feira a abertura de inquérito contra o presidente Michel Temer por obstrução à Justiça e corrupção. Na noite dessa quarta-feira, o jornal O Globo publicou reportagem segundo a qual, em encontro gravado em áudio, pelo dono do grupo JBS, o empresário Joesley Batista, Temer teria sugerido que se mantivesse o pagamento de uma mesada ao ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha e ao doleiro Lúcio Funaro para que estes ficassem em silêncio.
Em outro trecho da delação, o empresário Joesley Batista, dono da empresa JBS, revelou que o presidente Michel Temer antecipou o corte de juros do Banco Central.
A informação foi divulgada nesta quinta-feira pelo jornal A Folha do São Paulo.
Conforme a publicação, Temer disse que o Comitê de Política Monetária (Copom) cortaria a taxa de juros em 1 ponto percentual. A conversa entre o chefe de Estado e Joesley foi gravada e ocorreu na noite do dia 7 de março, no Palácio do Jaburu.
Hoje cedo os ministros do chamado "núcleo duro" do presidente Michel Temer gravaram vídeos para as redes sociais na madrugada desta quinta-feira, 18, fazendo a defesa do governo e dizendo que o País não pode parar. A estratégia foi usada para rebater as acusações de que Temer teria dado aval para compra do silêncio do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), conforme acusou o executivo da JBS, Joesley Batista, em sua delação premiada.
Os vídeos foram gravadas por volta das 1h30min desta quinta-feira no Palácio do Jaburu, residência oficial de Temer. O presidente, que na quarta se manifestou por nota negando a versão do empresário, ainda não gravou, mas, segundo fontes do Planalto, o fará "no momento oportuno".