A delação da JBS/Friboi deixa o presidente Michel Temer em situação delicada e poderá levá-lo ao impeachment. Joesley Batista teria gravado o presidente da República autorizando a compra do silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha(PMDB-RJ). Tudo está nas mãos da PF (Polícia Federal) e do relator da Lava-Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), Edson Fachin.
O poder de destruição da denuncia, revelada pelo jornal O Globo, é maior que a empreiteira Odebrecht. A base governista já admite uma queda iminente de Temer. A oposição se adiantou e já apresentou um pedido de impeachment. Assim que a notícia veio à tona, a reação em Brasília revelou o tamanho do estrago: as sessões na Câmara dos Deputados e no Senado foram suspensas. Assessores de Temer se trancaram em gabinetes para analisar as denúncias dos irmãosBatista. Interlocutores mais próximos de Temer foram pegos de surpresa.
Cavalo de Troia
Entre advogados que operaram na Lava- Jato, no entanto, já corria a boca pequena de que os donos da JBS/Friboi estavam delatando. Diante das revelações do conteúdo dos relatos, a conclusão é de que a operação da semana passada, com foco no BNDES, foi um balão para pegar Antonio Palocci e desviar a atenção do real destino dos irmãos Batista. Se as informações divulgadas até aqui forem confirmadas, houve autorização para grampear gente graúda. PMDB, PSDB, PT e PP estão no balaio da JBS.
Renuncia
O presidente Michel Temer não cogita renunciar à Presidência. Segundo seus assessores, a possibilidade está descartada. Após a denúncia da JBS, Temer conversou com seus principais aliados. Ministros disseram que precisam evitar um novo processo de impeachment. Temer receia que a ação no Tribunal Superior Eleitoral que pede a cassação da chapa presidencial que concorreu em 2014 tenha uma reviravolta com a nova delação. Na Corte, ministros sempre chamaram a ação de "válvula de escape institucional". E admitem que o cenário que, antes estava controlado, virou.