Há quem julgue o contrário, mas a vida de qualquer profissional do futebol tem suas dificuldades. A Chapecoense passou 13 dias em viagem, longe da família, em concentração e com sua rotina de entradas e saídas de hotéis. A longa maratona envolveu passagens por Criciúma, Porto Alegre, Montevidéu, Florianópolis e por fim, Belo Horizonte. Na bagagem, o time trouxe uma boa vantagem na final do Catarinense, um resultado reversível na Copa do Brasil e uma situação um pouco mais delicada na Libertadores. Além de saudade, claro.
Quando o preparador físico da Chape, Marcos Cézar, o Marquinhos, pintou na porta de desembarque, seu pequeno filho correu para os braços do pai. O forte abraço entre os dois foi a cena mais marcante desse retorno do Verdão para casa. A incredulidade e o sorriso no rosto de ambos é a prova de que a saudade apertou e que cada retorno é comemorado como uma vitória.
Outro que não hesitou em relatar a saudade sentida, foi o meia Osman. O jogador deixou claro o que fará quando chegar em casa.
- Vou ver minha esposa, estou com saudades, dar um abraço nela. Mas foi bom representar o nome da Chapecoense. Esse ano vai ser assim, com várias viagens. Não podemos tirar o pé. Daqui para frente vai ser assim, a saudade vai bater, mas tem que estar com a cabeça fria e saber que estamos representando a Chapecoense - disse o jogador.
Osman está certo. Os profissionais da Chape não vão ter muito tempo para aproveitar a família. Além de concentrar já neste sábado para a decisão contra o Avaí, na Arena Condá, o time viaja na sequência e faz uma nova maratona de jogos fora de casa, contra Atlético Nacional (10/05), Corinthians (13/05) e Lanús (17/05).
Elenco da Chapecoense volta para casa após maratona de jogos (Foto: Cahê Mota)
Nesta rotina de viagens, concentrações, hotel e avião, há tempo de sobra para os jogadores se conhecerem, criarem vínculos, amizades e uma segunda família, pode-se dizer. O zagueiro Victor Ramos, último a chegar à equipe, aproveita estes momentos para entrosar com os colegas.
- Cheguei há pouco e estou feliz. Estou bem entrosado já, sou fácil de fazer amizade. Dei uma rodada boa já, então comigo não tem problema. O grupo está fechado, está bem, está unido. Isso que importa. Não é só um grupo, é uma família. Chapecó é família - analisou.
O grupo da Chapecoense treina na tarde de sexta-feira em preparação para a decisão do Campeonato Catarinense, contra o Avaí. O jogo acontece no próximo domingo, às 16h, na Arena Condá. Mesmo que perca com diferença de um gol, o Verdão garante a conquista do bicampeonato inédito.