Um documento produzido na sede do Facebook na Austrália e obtido pela reportagem do jornal The Australian mostra que a rede social de Mark Zuckerberg identificou e repassou dados (com base em fotos, vídeos, comentários, compartilhamentos, curtidas etc) sobre a vulnerabilidade emocional de jovens usuários australianos, com até 14 anos, para promover publicidade.
O relatório - produzido para "um dos quatro bancos mais importantes da Austrália", conforme informou o The Australian - explicita que algoritmos da rede social foram programados para perceber quando um jovem se sente "estressado", "derrotado", "sobrecarregado", "ansioso", "nervoso", "estúpido", "bobo", "inútil" e um "fracasso". O Facebook, lamentou o diário australiano em editorial, "levou o marketing a um novo e insidioso nível, tão antiético quanto pessoalmente invasivo".
A documentação, com trechos publicados pelo jornal australiano, foi produzida por dois altos executivos da companhia, identificados como David Fernandez e Andy Sinn, e cita que a rede social possui um banco de dados dos cerca de 6,4 milhões de usuários, entre estudantes e jovens trabalhadores australianos. De posse dessas informações, contou a reportagem, o Facebook sugere na apresentação destinada à instituição bancária tendências comportamentais dos jovens em pelo menos dois momentos da semana.