Em Santa Catarina, por ano, são registrados 156 mortes e 46,3 mil acidentes de trabalho, conforme a superintendência regional do Ministério do Trabalho. O órgão ainda calcula que, no estado, a cada cinco horas, uma pessoa fica incapacitada de trabalhar pelo resto da vida após um acidente de trabalho, como mostrou o Bom Dia Santa Catarina.
O movimento da mão do empresário Moisés Marcelo nunca mais foi o mesmo depois que ele caiu de uma altura de 17 metros, no antigo trabalho. "Eu me bati em coisas, como fornália, plataforma, escadarias, quando fui socorrido pelos bombeiros", lembra Moisés.
Depois que se recuperou, Moisés entrou na Justiça. A mulher dele, Roseli Coelho Marcelo, pregava botões em uma empresa quando teve parte do dedo cortado por uma máquina. Ela também buscou seus direitos judicialmente. "Recebi todos os meus atrasados", conta Sueli.
Os números de vítimas de acidentes do trabalho podem ser ainda maiores. Isso porque, em muitos casos, quando o empregado fica ferido, a empresa não comunica o Ministério do Trabalho, nem a Previdência Social. O MT tem 60 auditores para fiscalizar as condições de trabalho das empresas do estado.
"A fiscalização geralmente acontece quando o Ministério do Trabalho recebe uma denúncia, onde a fiscalização vai lá e verifica o fato do acidente", explica a gerente Regional do Trabalho e Emprego de Criciúma, Cássia Gava. Na região Sul catarinense, são apenas dois auditores para atuar em 44 municípios.
Conforme o órgão, a solução encontrada para falta de efetivo é conscientizar as empresas sobre a importância do uso de equipamentos de segurança. "É uma forma de atingir o maior número de empresas e empregados da necessidade de prevenção de acidentes de trabalho", disse o chefe da seção do trabalho, José Carlos Panatto.
No Brasil, 710 mil pessoas sofrem acidente de trabalho por ano. São 2,8 mil mortes por ano, uma a cada três horas. O Sul do país é a segunda região com o maior número de acidentes de trabalho.